Deu na colona de Agnaldo Almeida:
Conversei com pelo menos três petistas que estão por dentro das articulações que se processam em Brasília, com relação à sucessão na Paraíba. De tudo o que ouvi, segue aí um resumo para conhecimento dos leitores:
Dias atrás, o governador José Maranhão esteve em Brasília e aproveitou para conversar com os dirigentes nacionais do PT sobre a participação do partido na chapa majoritária a ser encabeçada por ele.
Como quem não quer, querendo, Maranhão ofereceu uma vaga de senador ao PT e sugeriu que o nome ideal seria o do deputado Luiz Couto. À primeira vista, parece estranho que o governador queira contar em sua chapa com um político que não perde oportunidade para identificá-lo como um autêntico representante do atraso.
Os dirigentes petistas, sabendo que Couto não aceitaria a indicação, disseram que não poderiam “enquadrá-lo”, forçando-o a ocupar uma posição que não deseja. Maranhão então contrapôs o seguinte: como o PT não aceitava a vaga de senador, não poderia continuar reivindicando o lugar de vice, pois este deveria ser preenchido com um nome de Campina Grande.
Os dias se passaram e agora a direção nacional do PT convocou o presidente estadual do partido, deputado Rodrigo Soares, e praticamente colocou as coisas nos seguintes termos: ou Maranhão aceita o PT como vice (não custa lembrar que a vaga já pertence à legenda) ou a aliança com o governador deveria ser repensada.
Rodrigo levou esta decisão ao conhecimento de Maranhão e, mas do que de repente, os peemedebistas começaram a mudar o discurso. Neste final de semana, o presidente estadual do PMDB, Antonio de Souza, devidamente orientado, ocupou espaço nos portais noticiosos para dizer que o PMDB em nenhum momento esqueceu o PT. “Os petistas são nossos aliados de primeira hora”, disse ele.
Resumo da ópera: depois de ter afastado a pré-candidatura de Luciano Cartaxo, os peemedebistas recuam e temendo perder o apoio petista já admite atender às exigências da direção nacional do PT. O nome mais indicado para compor a chapa, neste caso, é o próprio Rodrigo Soares.
As coisas, portanto, estão assim colocadas: ou Maranhão volta a conversar com o PT sobre a candidatura a vice-governador ou o partido pode, sim, iniciar entendimentos com o PSB de Ricardo Coutinho.
Maranhão, como se sabe, é muito hábil, mas pelo visto vai ter que se dobrar ao PT, cumprindo à risca o script que recebeu da cúpula nacional petista.