Atualmente de certa forma, não estão totalmente atrelados a burguesia industrial, em particular, a paulista, mas sim, em grande medida ao conservadorismo da política e da economia brasileira, ou seja, representam o projeto neoliberal no Brasil.
E isso, não é demérito nenhum, não é nenhum xingamento e muito menos um preconceito; é, sim, uma constatação e um legítimo direto que o candidato e a coligação tem de exercê-lo.
O que seria o neoliberalismo? O projeto neoliberal está centrado em reformas que ampliem as ditas forças criativas do mercado. Neste sentido, propõe como eixos fundamentais a liberalização dos mercados através da desregulamentação e a privatização de empresas estatais como forma de retomar o crescimento com aumento da eficiência e melhora na distribuição da renda.
Por Paulo Daniel
Por Paulo Daniel
Para tanto, é imprescindível que reformas como ajuste fiscal, liberalização financeira e abertura comercial sejam realizadas. Nessa esteira, as grandes corporações globais passaram a adotar padrões de governança agressivamente competitivos, além do que, subordinaram seu desempenho econômico ao mercado financeiro.
Com a intensificação da concorrência global, não somente acelerou o processo de financeirização, como ampliou a concentração de riqueza e renda. Ampliando ainda mais a desigualdade entre aqueles que vivem da sua força de trabalho e os donos dos meios de produção.
No Brasil essas reformas foram realizadas com grande ênfase e êxito pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, entretanto, seu único resultado concreto, foi a estabilidade monetária financeira.
Os crescimentos medíocres obtidos na era FHC são reflexos das políticas fiscal e monetária contracionistas, ou seja, baixo gasto social e investimento público (entenda-se ajuste fiscal), bem como, crédito com altas taxas de juros, nada mais do que a receita neoliberal aplicada a sua exaustão.
Além do baixo crescimento do produto brasileiro, daí também decorre pouca geração de emprego, aumento da desigualdade social e queda do poder aquisitivo dos salários, em particular, do salário-mínimo.
A concepção política e econômica, a qual Serra celebra, está centrada na ampliação da concentração de renda e riqueza via o processo de financeirização e nas reformas liberalizantes, quanto ao Estado; continuará como parceiro inseparável do capital; pois o único “Deus” ao qual se poderá servir será o mercado, em especial, o financeiro.
Nas eleições presidenciais deste ano, Serra que representa o neoliberalismo, fez promessas que deixaram o conservadorismo econômico e político de cabelo em pé, como por exemplo, aumento do salário-mínimo de R$600, aumento aos aposentados de 10% e criação do 13º.ao Bolsa-família.
Pela lógica conservadora, afirmaria que não haveria dinheiro para tal feito, pois implicaria em deficits crescentes nas contas públicas, mesmo que venha a diminuir os cargos comissionados do governo, algo que dificilmente aconteceria em seu governo, haja vista, suas nomeações no governo de São Paulo.
Imaginando ainda que Serra insista em executar as promessas, essas seriam tão somente só para o ano de 2011, conforme o candidato e o seu plano de governo afirmam. Os anos vindouros seriam de ajuste fiscal, conforme o preceito liberal, ou seja, a tendência do aumento poder de compra do salário-mínimo, dos aposentados e do Bolsa-família se desmancharia no ar.
Uma outra constatação de que o PSDB e seus aliados representam o conservadorismo econômico, além de observar as políticas contracionistas de FHC, é importante constatar o deficit nominal zero muito comemorado pelo então governador de Minas Gerias, Aécio Neves e a ampliação do programa de privatização de José Serra em São Paulo, enquanto governador do estado.
Ao proclamar essas promessas fajutas para apenas seu possível primeiro ano de governo, Serra presta um desserviço à política econômica e social brasileira, pois focaliza e não universaliza as políticas públicas, não desenvolve a valorização continuada do salário-minimo e da renda dos aposentados e, principalmente, por conta do possível e certo ajuste fiscal nos anos seguintes, que é intrínseco ao projeto neoliberal, não ampliaria o investimento público, tendendo assim, a uma redução do produto interno brasileiro, da renda e do emprego.
Portanto, não existe política social, mas sim ilusionismo monetário, esse tipo de prática não contribuí para reduzir ou exterminar a miséria e a pobreza em nosso país e muito menos para se quer discutir um processo de desenvolvimento econômico e social sustentado e altivo.
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